Cuide de sua depressão, naturalmente.

Publicado em 08 de agosto de 2015.

Hypericum_rounded_homeJá ouviu falar na planta Hypericum perforatum? Provavelmente não, mas talvez você conheça alguém que já tomou ou toma Hipericin ou Triativ, formulações comerciais vendidas nas farmácias  que usam seu princípio ativo para o tratamento da depressão. Pois é, já existem alternativas fitoterápicas mais naturais e com menos contra-indicações para o tratamento de depressões leves e moderadas.

Mas o que é a DEPRESSÃO, afinal?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um dos países que possui maior incidência de depressão. Estima-se que 10,8% da população apresente a doença, ou aproximadamente 20 milhões de brasileiros (pop. estimada 203.374.000, dados do IBGE, nov.2014).

Os dados mostram ainda que a depressão atinge uma porção maior de pessoas nos países mais ricos, onde 14,6% das pessoas já apresentaram a doença. Por outro lado, 11,1% das pessoas que moram em países mais pobres têm ou já tiveram a doença alguma vez na vida.

Mas os dados variam de acordo com as fontes pesquisadas. Outras fontes apontam para um número muito maior: 350 milhões de pessoas no mundo todo.(fonte:http://tvcultura.cmais.com.br/jcprimeiraedicao/reportagens/350-milhoes-de-pessoas-no-mundo-sofrem-de-depressao-1).

De qualquer forma, a situação é extremamente preocupante, uma vez que esta doença já está sendo prevista como a principal causa de incapacitação daqui a algumas décadas. Nos países de renda mais alta, o principal motivo que desencadeia a depressão é a separação entre parceiros. Já nos mais pobres, o divórcio ou a viuvez ocupam a liderança das causas psicológicas associadas à depressão . As mulheres são as que mais sofrem com o mal: elas têm duas vezes mais chances do que os homens de contraírem a doença durante suas vidas.

Entre os sintomas relatados estão:

Rebaixamento do humor;
– Redução da energia e diminuição da atividade;
– Alteração da capacidade de experimentar o prazer e perda de interesse;
– Diminuição da capacidade de concentração e aumento da fadiga;
– Problemas do sono e diminuição do apetite;
– Diminuição da autoestima e da autoconfiança;
– Ideias de culpabilidade e ou de indignidade social;
– Diminuição da libido e da capacidade funcional no trabalho;
– Desinteresse e eventual desejo de dar um fim à própria vida.

Para fins de diagnóstico e tratamento não é necessário que o paciente apresente essa lista completa de sintomas, bastando que se queixe de um ou mais deles de forma acentuada, a ponto de atrapalhar o seu funcionamento normal em seu dia-a-dia. Não apenas no Brasil, mas no mundo todo considera-se a depressão como a doença que mais incapacita e responde por faltas laborais. Também é uma doença responsável por uma parte significativa de suicídios, estimando-se em torno de 1 milhão deles, ocorrendo anualmente em todo o mundo. 

FATORES DESENCADEANTES

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Não se sabe ao certo o que ocorre com o organismo para que um episódio depressivo se manifeste. Fato é que todos passamos por várias dificuldades em nossas vidas mas apenas alguns de nós irão sofrer de episódios depressivos. Por isso, a medicina ocidental atribui de forma importante a influência de um fator genético  no aparecimento da doença.

Como também não se reconhece uma causa específica para o aparecimento da depressão, recomenda-se o tratamento medicamentoso e psicoterápico combinado, que parece dar melhores resultados a médio prazo.

Existem diversas hipóteses quanto aos fatores desencadeantes, entre as quais vale destacar:

Fatores sociais, tais como perda de emprego ou entes queridos, nascimento do primeiro filho, morte de alguém na família, alguma violência física ou psíquica, etc.
Fatores psicológicos, tais como medo e insegurança, gerando sensação de inadequação e frustração; incapacidade de prever e controlar o futuro;
Fatores genéticos, tais como histórico de doença mental familiar;
Fatores químicos, como desequilíbrios de serotonina no cérebro.

O TRATAMENTO

Segundo o Ministério da Saúde, a terapia é medicamentosa e exige o acompanhamento especializado de médicos, psicólogos e eventualmente outros profissionais. Falando em medicamentos, existem atualmente mais de 30 antidepressivos alopáticos disponíveis no mercado. A terapia medicamentosa é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente. Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios. A psicoterapia ajuda o paciente a entender as origens de seu conflito, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão. De qualquer forma, o acompanhamento auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar sua compreensão sobre o processo de depressão e possibilitar a resolução ou aceitação de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

Mas não há garantia do resultado nem da prevenção de novas crises ao longo da vida. Aliás, quem teve depressão alguma vez na vida possui uma chance muito maior de voltar a sofrer do mal em determinado momento futuro de sua  vida. Somado a isso, os efeitos colaterais podem causar diversos problemas. Entre estes, destacam-se: Boca seca, prisão de ventre, problemas urinários, disfunções sexuais, sonolência, tontura, aumento de peso, visão embaçada, hipertensão arterial, náuseas, agitação, insônia possibilidade de alteração para estados maníacos. Tudo isso faz com que muitos pacientes abandonem o tratamento convencional ou acabem trocando constantemente de remédio por anos a fio, sem se beneficiarem significativamente do tratamento alopático.

Como alternativa ao tratamento medicamentoso alopático convencional muitas pessoas tem recorrido à Fitoterapia. Nesse caso, o Hypericum perforatum, também conhecida popularmente como “Erva de São João”, é a planta que apresenta os melhores resultados em pesquisas.

O HYPERICUM

O Hypericum perforatum é uma planta perene de origem européia, que atinge em torno de 1m de altura. Suas flores são numerosas, persistentes e possuem coloração amarela, com pequenos pontos pretos ao longo de suas margens. Delas é extraído um pigmento vermelho que acredita-se ser capaz de cicatrizar feridas e estancar sangramentos.

hypericum

O seu nome vem do grego Hyper = acima e eikon = pintura, pois as flores eram colocadas sobre imagens religiosas para afastar o mal no dia do solstício do verão do norte (24 de Junho, dia de São João). Antigamente a planta também era conhecida por ser capaz de afastar maus espíritos, tendo sido muito utilizada para tratar desequilíbrios mentais: esgotamento nervoso, ansiedade, tensões diversas e depressão.

Seu pigmento vermelho é um flavonóide, denominado hipericina, que escorre como sangue a partir do esmagamento de suas flores. Antigamente, acreditava-se que as propriedades mágicas da planta eram devido a esse componente químico. (FRANCESCHINI, 2014).

Possui as seguintes ações : Antidepressiva, ansiolítica e antimicrobiana, antiviral, vulnerária, antineoplásica, antioxidante, anti-inflamatória, sedativa, adstringente, expectorante e diurética.

CUIDADOS

Diversos estudos científicos, publicados em revistas indexadas apontam o Hypericum como uma boa escolha no caso de depressões leves e moderadas. Mas o seu uso não é indicado para depressões mais graves, quando a medicação alopática  parece oferecer melhores resultados.  Além disso, a utilização do Hypericum costuma interagir com um grande número de medicamentos alopáticos, complicando a administração e metabolização. Por isso consulte sempre seu médico e converse com ele sobre opções fitoterápicas, dosagens recomendadas e corretos modos de administração para o tratamento da depressão.


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